Aforamento feito por Álvaro Fernandes de Almeida, alcaide-mor de Torres Novas, e sua mulher, a João Domingues, criado de D. Constança, e sua mulhera

Transcrição

Sabham quantos este estromento de aforamento virem como eu Alvoro (sic) Fernandez d’Almeyda escudeiro alcayde moor do castello de Torres Novas e eu Catellina d’Orem sua molher aforamos a vos Joham Dominguiz criado de dona Costança e Johana Dominguiz vosa molher moradores na Cabrita termho da dicta villa pera vos anbos e pera vosos filhos e netos e acendentes e decendentes que depos vos veerem huma coirella d’erdade que nos avemos na nosa quintãa de sa (sic) Sam Giãao termo da dicta villa que parte de todallas partes conosco (sic) sobredictos Alvoro Fernandez e Catelina d’Orem asy e pella guisa que esta demantada com esta condiçom que vos chantedes toda a dicta coirella d’erdade em vinha de boa chanta desta casta que se ora husa e de boas arvores que dem boons fruytos em tal guisa que seja toda posta e em vinha da feytura deste estromento a dous annos e d[a]i em deante adabedes (sic) bem a dicta vinha de todo adobio que lhe fezer mester convem a saber descavar e cavar e podar e emparar e a rendar e a mergulhar em cada huum anno e dardes a nos ou a nosos herdeiros em cada huum anno o terço de todas aquellas cousas que Deus em a dicta vinha der afora aagua pee que ajades pera vos, convem a saber, o vinho aa bica e a tinta na eira e ajades a servidom pera a dicta vinha per a regadeira e nom chantando vos a dicta vinha nem pagando vos ou vosos herdeiros todo asy e pella guisa que dicto he aos dictos tenpos e modos sobredictos como dicto he que vos e vosos socesores e herdeiros paguedes a nos ou a nosos herdeiros todas custas e perdas e dannos que nos por a dicta razom recebermos. E nos obrigamos todos nosos beens movees e de raiz avudos e por aver e dos nosos socesores que depos nos veerem a vos defender e emparar o dicto aforamento de quem quer que vollo demande ou queira embargar so pena de vos pagarmos ou vosos socesores que depos vos veerem todas custas e perdas e danos que vos e vosos socesores por a dicta razom receberdes. E mortos vos e todos vosos socesores fiquem a nos ou a nosos socesores o dicto aforamento com toda sua bemfectoria livre e sem contenda nem huma. E eu sobredicto Joham Dominguiz por mim e por a dicta minha molher e todos nosos socesores que depos nos veerem tomo e recebo em mim o dicto aforamento so as clausullas e condições suso dictas e obrigo todos meus beens movees e de raiz avudos e por aver e da dicta minha molher e dos nosos socesores a chantar a dicta vinha e a conprir e a manteer e pagar todo o que dicto he aos dictos tenpos e modos suso dictos e non chantando a dicta vinha nem pagando aos dictos tenpos como suso dicto he que eu e minha molher e socesores paguemos aos dictos Alvoro Fernandez e sa molher e socesores todas custas e perdas e danos que elles por a dicta razom receberem. Das quaes cousas as dictas partes pedirom senhos estromentos. Fecto na dicta villa no castello viinte e sete dias do mes d’Abril Era de mill e quatrocentos e quareenta e nove annos. Testemunhas que presentes forom Joham Lourenço Tollosa e Gonçallo Afomso e Joham d’Elvas escudeiros e Lopo Afomso Cabaaço moradores na dicta villa e Nuno Vicente Sintrãao e outros. E eu Joham Perez tabelliom por nosa senhora a reynha na dicta villa que a esto com as sobredictas testemunhas presente fuy e este estromento e outro tal per outorgamento das dictas partes escrepvi e aqui meu synal fiz que tal he (sinal notarial). Pague X reais com ida.